Aproxima-se o verão e as férias, quando grande parte das pessoas aproveitarão suas horas de folga para praticar esportes ao ar livre ou apenas relaxar numa praia ou piscina. Associado ao fato que vivemos num país tropical com grande exposição solar ao longo de todo o ano, depreendemos que estamos expostos as radiações solares (dentre elas a radiação ultravioleta) de modo quase contínuo desde o nascimento. Na dependência da cor da nossa pele e da nossa genética seremos mais ou menos suscetíveis aos danos que estas radiações podem causar, incluindo o câncer da pele.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima para cada ano do triênio 2020-2022 que ocorrerão 625 mil casos novos de câncer, sendo o câncer de pele não melanoma o mais incidente (177 mil). Ficando evidente que dentre todos os tipos de cânceres que podem acometer o ser humano, o da pele é o mais frequente. Não havendo, entretanto, a necessidade de alarme, pois a grande maioria dos cânceres de pele possuem um crescimento lento e comportamento pouco agressivo, com exceção ao melanoma, facilitando seu diagnóstico precoce e a cura. Mesmo o melanoma se diagnosticado precocemente é perfeitamente curável.
Atento a este problema a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) criou em 1999 o Programa Nacional de Controle do Câncer da Pele. Com a presença e contribuição voluntária de médicos dermatologistas de todo o Brasil, institui-se um dia nacional para a conscientização e orientação da população sobre os riscos e prevenção do câncer da pele. Frente, ainda, aos cuidados com a pandemia COVID-19, não teremos a campanha de forma presencial este ano.
Entretanto, de forma objetiva e prática, qualquer ferida que não cicatriza ou “pinta” que tenha mudado sua aparência (tornando-se mais escura ou mais clara, apresentando dor, coceira ou outros sintomas) deve ser avaliada por um dermatologista. Devemos inclusive observar as áreas do corpo que normalmente não são fiscalizadas como as costas, palmas e plantas dos pés. Na dúvida agende uma consulta.
Como a melhor conduta é sempre a prevenção, proteja a sua pele do envelhecimento e do câncer da pele seguindo as seguintes recomendações:
- Evite exposições prolongadas e repetidas ao sol, principalmente entre às 10 e 15 horas;
- Use sempre (diariamente) filtro solar nas áreas expostas, de forma generosa e pelo menos 20 minutos antes de expor-se ao sol;
- O filtro solar deve ter um FPS mínimo de 30 e crianças acima dos 6 meses de idade podem utilizá-los;
- Na praia, use barracas, óculos, bonés, viseiras e chapéus;
- A proteção da pele das crianças é responsabilidade dos pais;
- Peles claras e com sardas (efélides) são mais sensíveis à radiação solar, necessitando de uma maior proteção;
- Não utilize cabines de bronzeamentos, pois seus raios também são danosos para a pele.
Com todos estes cuidados podemos afirmar que o câncer da pele pode ser evitado.
Dr. Edilbert Pellegrini Nahn Junior
Diretor da Faculdade de Medicina de Campos
Dermatologista, Dezembro/2021